NOITES DE NATAL

Rompido o silêncio do passado

Recordações assomam sem cessar

De Natais tão longínquos, esmerados

Na alegria que aos de hoje faz pasmar.

Sapatinhos colocados na lareira

À espera que o Menino de Belém

Os enchesse de prendinhas, de maneira

Que todos, de manhã, ficassem bem.

A família e amigos reuniam

Numa noite especial para irmanar

Ninguém saía, os mais velhos construíam

As jogadas dos pinhões, do “rapa” ao “par”.

O tiquetaque do relógio diz presente

O Menino acorda, a esperança impera,

Quebramos as memórias, vamos em frente,

Somos adultos, deixamos as quimeras.

O Pai Natal tem também o seu lugar

Nesta Noite feliz de Consoada

Mas o “galo” deixou agora de cantar

A “missa” já não é de madrugada.

Mas há festa, há mexidos, rabanadas

Os abraços se misturam, cordeais,

Há preces para ajudar na caminhada

Os mais pobres, para sempre haver natais.

E neste ambiente festivo,

Da fralda à bengala pouco vai!

Vivamos em amor caritativo

Até o pêndulo se cansar dos nossos ais.

J D Lima Oliveira
Enviado por J D Lima Oliveira em 02/12/2014
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