QUAL PRESÉPIO EM ORAÇÃO

(soneto)

Quero sossegar meu verso no íntimo da madrugada

No espírito que me permeia em doce aliteração!

E qual pássaro que gorjeia sob a luz da alvorada

Recantar meu sentimento em versos de mansidão.

Qual num leve despertar de borboleta colorida

Vou sobrevoar a vida no lusco- fusco matinal...

Religar os vagalumes da já noite amanhecida

Repiscar todos os sonhos no prenúncio do Natal.

Em silêncio que oraliza as petições abandonadas

Qual bonança em poesia quero ser forte oração!

A que renasce a cada dia na ação humanizada

Frente ao eco que agoniza dum presépio em aflição.

Quero ascender meu verso no apogeu da invernada,

Qual estrela em noite alta a iluminar a escuridão.