Jesus e o Natal

Introdução

Árvore que ostenta bolas coloridas
em seu topo a estrela que anunciou minha vinda...
Cada bola um dom. cada anjo pendurado
Uma canção...

Aos pés da arvore tantos embrulhos...
caixas repletas de desejo...
Representam os magos que me buscaram
sem se quer conhecer do meu povo os seus feitos
seus dizeres, suas crenças e suas paixões!


Meia noite, e os embrulhos são dilacerados
em pressa escabrosa... Sentimento mora ao longe
Todos intoxicados por ilusão...
Pronto...A meia noite avança, torna-se passado...
Desejo satisfeito e continua vazio o coração!


Olho para o desanimo nas almas
E não choro por ter sido esquecido...
Apenas me sento...e espero que vejam minha mão!
Que sintam meu amor, que não cabe em um únido dia
Pois é maior que tudo, até mesmo que a criação!



Parte-1 (Jesus e o natal da Familia)

Há vazio coração... Entre copos e vozes alteradas pelo o
vinho..
na santa mesa a carne e o pão...
Enfim quem sabe uma oração...
Triste caminho!

Capital girando e girando... Despercebido é o amor
Capital girando e girando... Ao longe escuta Jesus uma tremula voz...
Na fome, entre os barulhos, sussurro, por misericórdia, um clamor!
Uma porta aberta... E a oração é banhada em desejo e fé

O pedido dos renegados:

-Quem um dia possa eu fazer parte desta festa...


Festa onde homens afogam-se em dividas...
E no inicio do novo ano... Complicados e enforcados
Culpam a ira divina... Só então lembram-se do Cristo
O cristo esquecido entre o vinho e a carne!
Lembrado quando chega a dor...
Mas enquanto ainda é festa...O Nascimento torna-se um carnaval...
Sobe às narinas do criador o cheiro do carvão
que assa a carne sacrificada aos deuses capitalistas do natal !


Na modernidade tudo perdeu o sentido...
Mecânicos, tanto na razão quanto na emoção...

Perambula o senhor em meio a farra
Não irá arrombar porta alguma...
Um banco... Uma praça... A compaixão...
Jesus é visto nas ruas...
Por aqueles que vivem a exclusão!



Parte 2 (Jesus e o Natal do afortunado pobre)


Embaixo do banco uma tremula mão toca as vestes do Senhor...

-Boa noite, o senhor não me é estranho

alguma vez contigo conversei?
Com amor Jesus responde:

-Sim, todas as noites...

Confuso o morador de rua inicia uma conversa:


-Que dia é hoje?


-Hoje é natal...


O homem embaixo do banco
pensa estar maluco...

mas o que lhe resta se não sua maluquez.
Irônico observa a solidão de Cristo:

- Está aqui porque não te deram velinhas para assoprar!

Jesus com amorosidade olha para o homem e diz:

- Meu bom homem, estou aqui, mas estou
em todo lugar!

O pobre homem, sente o amor de Jesus lhe tocar, arrependido diz:

-Nada tenho a te oferecer...
Mas aceita que eu divida com o Senhor o pão?

O homem se levanta e senta-se no banco...
Puxa de uma saca
velha e encardida.

Um pedaço duro e bolorento
o melhor que recebeu da vida!

Parte em dois o pão...
E Jesus o come repleto de satisfação!
Ainda mastigando com dificuldade o homem se dirige ao seu
companheiro:

-Eles um dia entenderão... Hão de ver Que és amor...

-Sim, eu sei, e entenderão também que não precisam sentir dor...
Jesus sorrindo volta a roer o pão.
Pensativo o homem de vestes carcomidas e de mau cheiro
mastiga e engole o ultimo pedaço de seu alimento...Depois de algum tempo agradece:

-Jesus, sei que a dor não é necessária, mas lhe agradeço por hoje, e que bom que o mundo não lhe quer...Assim, hoje, enquanto o mundo festeja teu nascimento...Eu posso te ver
e contigo dividir meu pão...

Jesus sorri...

-Filho...Meu filho...Estou aqui e em todos os lugares...Eu sou compaixão!



Parte 3 (Jesus e o Natal do Pobre rico)


Ando nas vias onde impera o desespero...
pessoas que não sabem que existi...
mas que nos piores momentos
Sentem minha presença...
Sabem que algo maior não os deixam cair...

Mais um pouco caminho...
e a fresta na porta é o vazio...
Luxuoso aposento...
Tão frio quanto o asfalto das ruas.

-Maria... Maria...
Podes me ouvir?


A bela e rica jovem esvazia seu cálice...

-Maria...Maria...
Podes me ouvir?

Passaram e não me viram
Pobre Maria... Correu mundo a fora
Se quer me olhou... Deixou-me a porta!

O dia amanhece, e os corpos cansados
dos exageros cometidos na véspera
Comerão os restos da noite no dia...
E Tudo começa novamente...

O espírito do amor se foi
o vazio continua...
o abraço do amado não conforta
nem a árvore que ainda pisca...
nem uma moeda, nem mais uma sacola
repleta de futilidade que se vão junto com a vida!

O Cristo continua batendo nas portas
quem sabe? Sim... Quem sabe Um dia!!!
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 20/12/2012
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