No baú das lembranças

Lembrei de um natal bem distante

e uma criança cheia de esperanças.

A noite estava simplesmente radiante

e dela só trago lindas lembranças.

Na casa de um vizinho amigo,

preparou-se um grande Natal,

Lembranças que trago comigo

de uma alegria plena e total.

Eu ainda era muito pequeno,

mas a pergunta eu não esqueço,

do velhinho de um modo sereno:

Tem aqui algum menino travesso?

Muitas pessoas e muita alegria,

tinha presentes até para adulto.

As crianças em grande maioria,

ninguém passava por ali oculto.

O Barbas branca e voz grave,

me chamou mostrando brinquedo,

pouco a pouco se tornou suave,

estremeci... quase morri de medo.

Pelos pais, sai quase empurrado,

peguei meu presente depressa,

quieto, tímido e muito calado,

era resultado de minha promessa.

Era um boneco interessante,

Quando eu lhe dava a corda,

Num jeito muito intrigante,

ele saía em grande disparada.

Da infância e dos tempos idos

Que passam e não voltam mais,

São nossos jardins floridos,

que não esquecemos jamais.