QUE LUZ É ESSA?

A sinfonia se fez ouvir em

recantos longínquos,

todos os pássaros cantavam

o entardecer como se a presentear

o dia novo,

a vida que se transforma:

as trevas em luz

o fosco em límpido

a noite em dia.

Dia...

Já não era mais dia,

todos celebraram a nova

alegremente

e descansaram do prazer da

anunciação.

Agora novos seres o cultuavam

com brilho:

as estrelas quais discípulos

indicavam o caminho,

a lua, criatura obediente,

louvava-o com desenvoltura.

Que noite é essa?

As luzes estão acesas a

contendo:

praças, rios, árvores, casas...

casas sem vida

árvores sem pássaros

rios sem água corrente

praças sem o calor do

povo

na unidade, na comunhão.

Estava escuro. Não havia lugar.

Chora o menino, raia a luz

se faz carne o verbo

surge da vida a vida

aos outros

a poucos

a todos

que o queiram aceitar.

Que noite é essa,

onde todos se cumprimentam

onde todos se confraternizam

onde todos...

onde estão todos?

O que fazem todos?

Mas há nova,

o verbo se prolifera e

cria raiz na verdade do

olhar

da palavra certa, do caminho

livre e verdadeiro...

do amor.

Ah, o amor...

Que noite é essa?

O que fazemos aqui?

Ah, sim, é natal

O filho de Deus

O Príncipe da paz,

nasceu

é claro e certo

está aqui, bem perto

em meu coração.

É a luz que clareia o caminho

é o dia a livrar-nos da escuridão

é o pão, é a paz... é a vida

é o guia para a eternal mansão.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 05/12/2011
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