QUE LUZ É ESSA?
A sinfonia se fez ouvir em
recantos longínquos,
todos os pássaros cantavam
o entardecer como se a presentear
o dia novo,
a vida que se transforma:
as trevas em luz
o fosco em límpido
a noite em dia.
Dia...
Já não era mais dia,
todos celebraram a nova
alegremente
e descansaram do prazer da
anunciação.
Agora novos seres o cultuavam
com brilho:
as estrelas quais discípulos
indicavam o caminho,
a lua, criatura obediente,
louvava-o com desenvoltura.
Que noite é essa?
As luzes estão acesas a
contendo:
praças, rios, árvores, casas...
casas sem vida
árvores sem pássaros
rios sem água corrente
praças sem o calor do
povo
na unidade, na comunhão.
Estava escuro. Não havia lugar.
Chora o menino, raia a luz
se faz carne o verbo
surge da vida a vida
aos outros
a poucos
a todos
que o queiram aceitar.
Que noite é essa,
onde todos se cumprimentam
onde todos se confraternizam
onde todos...
onde estão todos?
O que fazem todos?
Mas há nova,
o verbo se prolifera e
cria raiz na verdade do
olhar
da palavra certa, do caminho
livre e verdadeiro...
do amor.
Ah, o amor...
Que noite é essa?
O que fazemos aqui?
Ah, sim, é natal
O filho de Deus
O Príncipe da paz,
nasceu
é claro e certo
está aqui, bem perto
em meu coração.
É a luz que clareia o caminho
é o dia a livrar-nos da escuridão
é o pão, é a paz... é a vida
é o guia para a eternal mansão.