No badalar da indiferença
Badalam os sinos
Nasce o menino embaixo do viaduto
Ele é mais um subproduto
Deste submundo
Badalam os sinos
Chora o ancião
É noite de frio
Encolhe-se no papelão
Badalam os sinos
Acalanta a mulher
O menino nos braços
É preciso ter fé!
Badalam os sinos
Explodem foguetes
O pão é o banquete
Do homem sem rede
Badalam os sinos
O menino nasceu
O ancião morreu
A mulher adormeceu
E o homem?
Virou bicho
Perdeu-se em meio a indiferença
Do macabro badalar em sua existência