DOIS NATAIS

Naquela noite fria de Natal eu vi você chegar.

Veio sem me avisar e como em outros tempos,

abriu os braços vigorosos e correu a me abraçar.

Não me trouxe nada, nada lhe pedi.

Mas ao meu coração, trouxera a alegria

que havia ido embora naquele mesmo dia

em que eu o vi partir.

Ah meu Deus, quanta felicidade!

Naquela noite de Natal, eu vi você voltar.

Naquela noite cálida de Natal eu vi você chorar,

por não haver nenhuma ceia em seu modesto lar

e ainda ter que consolar o inconformado filhinho:

_ Tenha fé, meu filho, pois as coisas hão de melhorar.

Alguém bateu à porta, você correu a abri-la:

_ Boa-noite, amiga! Por favor, aceite essa cesta natalina. Ontem, quando precisei, você me ajudou; agora sou eu quem vem a auxiliar.

Então você ergueu as mãos e agradeceu a Deus.

E chegando até a porta, o filhinho se pôs a indagar:

_ O que aconteceu, mamãe?

_ Eu lhe disse, meu filho, Jesus veio cear.

Um Feliz Natal!