O SAPO DO NATAL
O SAPO DO NATAL
Jorge Linhaça
Havia um dia um sapinho
que gostava do natalício
mas o pobre coitadinho
era enxotado do ofício
Só por que ele era feinho
o chamavam de estrupício
E o pobre sapo amigo
engendrou então um plano
mesmo correndo perigo
de poder entrar pelo cano
usando o verde como abrigo
para o natal deste ano
Resolveu assim se fantasiar
de uma árvore natalina
para então tentar ludibriar
essa sua triste má sina
foi uma bola procurar
e jogou um gorro por cima
Era a árvore mais engraçada
que alguém podia imaginar
ali no cantinho parada
com a bolinha a brilhar
o ruim da empreitada
era não poder ele pular
Enfim na noite de natal
com presentes a seus pés
estava se achando o tal
nem pensava no revés
mas a ansiedade era tal
que saltou de revestrés
Foi aquela baita correria
a mulherada alucinada
entoava uma gritaria
e ninguém entendia nada
e nas cadeiras subia
com cara de enojada
E o sapinho coitado
quase que assim enfartou
tanto ficou assustado
que saltando se mandou
e acabou bem instalado
no colo do velho vovô
a perereca do velhinho
até escapou-lhe da boca
caiu em cima do sapinho
que não ficou dando sopa
se mandou bem ligeirinho
dessa aventura tão louca.
e aqui encerro o relato
da aventura maluca
desse meu amigo sapo
meio que lelé da cuca
que só queria de fato
Um natal, sem muvuca...