Presente de natal

Quantos dezembros, sempre acordado,
ouvindo renas, sinos e trenós...
Eu e meus sonhos, quase sempre a sós,
a espera do presente desejado!

Um olho semiaberto, outro fechado,
enquanto não viesse a escuridão
que vinha, como fosse o bom ladrão,
roubar-me a luz do sol pelo telhado.

A minha mãe, num beijo abençoado,
saía, com sutil delicadeza,
deixando uma luz somente acesa:
uma estrela no céu, todo apagado.

E vinha, de trenó, um sonho alado,
teleguiado até ao meu desejo.
E minha mãe então me dava o beijo,
Que me punha  dormir mesmo acordado.

 

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 16/12/2006
Reeditado em 27/11/2021
Código do texto: T319951
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.