Rudolfo e seus cornos retorcidos

Pisando sobre as nuvens

Num belo trenó sinetando

Renas e cornos retorcidos

Com papai sem se fazer caber

Em si só. Esforço a me dar dó.

Melhor ser-lhe-ia vir sempre a pé

À atravessar tisnadas chaminés...

Quando criança, cria na criação,

Na necessidade daquela criatividade.

Também pudera, era a minha tenra era.

Cuja inventividade suplantava minha noção.

Os janeiros foram-se passando e; a quimera

Foi-se protelando e amassando o meu coração

De cera; encerado de certa mentira que ouvira

Naquela vida dos meus primeiros janeiros inteiros.

Na realidade o senhor Santa Claus ficou

Nos ilusórios presentes que a mim me sonegou.

E muitas vezes; contente chorava ardentemente

À espera de um bem que a mim jamais chegou.

E pelo pauperismo de meu amado genitor

Até posso entendê-lo com amor.

Aquilo que lhe fora estridente:

A mentira da mais doce semente

Que pelo mundo se espalhou

Com sofismável louvor.

Porém, aqui no mercantilismo,

O amor mistura-se com o cinismo

Feliz Natal

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jbcampos
Enviado por jbcampos em 15/12/2010
Reeditado em 16/12/2010
Código do texto: T2674082
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