Rudolfo e seus cornos retorcidos
Pisando sobre as nuvens
Num belo trenó sinetando
Renas e cornos retorcidos
Com papai sem se fazer caber
Em si só. Esforço a me dar dó.
Melhor ser-lhe-ia vir sempre a pé
À atravessar tisnadas chaminés...
Quando criança, cria na criação,
Na necessidade daquela criatividade.
Também pudera, era a minha tenra era.
Cuja inventividade suplantava minha noção.
Os janeiros foram-se passando e; a quimera
Foi-se protelando e amassando o meu coração
De cera; encerado de certa mentira que ouvira
Naquela vida dos meus primeiros janeiros inteiros.
Na realidade o senhor Santa Claus ficou
Nos ilusórios presentes que a mim me sonegou.
E muitas vezes; contente chorava ardentemente
À espera de um bem que a mim jamais chegou.
E pelo pauperismo de meu amado genitor
Até posso entendê-lo com amor.
Aquilo que lhe fora estridente:
A mentira da mais doce semente
Que pelo mundo se espalhou
Com sofismável louvor.
Porém, aqui no mercantilismo,
O amor mistura-se com o cinismo
Feliz Natal
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