MINHA ÁRVORE DE NATAL
Chamarei um passarinho
Pra saltitar na ramada,
Haverá flor, fruto e espinho,
Folhas caindo na estrada...
Terá todo o meu cuidado
Às motosserras dementes,
O homem é inço danado
A mais cruel das sementes...
Convidarei borboletas
Para pousarem nas flores,
Ao redor, cravos, violetas,
Abrindo-se em multicores...
Um João de Barro contente
Construindo uma morada
Com o seu canto dolente
Para cortejar a amada.
Em contra rima ao canto,
Ventos toando farfalhos,
Em coro, por acalanto,
Chios de cigarras nos galhos.
Verterá uma nascente
Para matar a sua sede,
Nas ardidas tardes quentes
Lá armarei minha rede.
Terá raízes gigantes
Em proteção aos tratores,
Dois bancos aconchegantes
Pra fluirem os amores.
Ela ficará feliz
Com o meu belo presente:
Adubo sobre a raiz,
Água de fonte corrente.
Minha árvore de Natal
Será da maior beleza!
Peço - não a façam mal,
Respeitem a natureza.