MINHA ÁRVORE DE NATAL

Chamarei um passarinho

Pra saltitar na ramada,

Haverá flor, fruto e espinho,

Folhas caindo na estrada...

Terá todo o meu cuidado

Às motosserras dementes,

O homem é inço danado

A mais cruel das sementes...

Convidarei borboletas

Para pousarem nas flores,

Ao redor, cravos, violetas,

Abrindo-se em multicores...

Um João de Barro contente

Construindo uma morada

Com o seu canto dolente

Para cortejar a amada.

Em contra rima ao canto,

Ventos toando farfalhos,

Em coro, por acalanto,

Chios de cigarras nos galhos.

Verterá uma nascente

Para matar a sua sede,

Nas ardidas tardes quentes

Lá armarei minha rede.

Terá raízes gigantes

Em proteção aos tratores,

Dois bancos aconchegantes

Pra fluirem os amores.

Ela ficará feliz

Com o meu belo presente:

Adubo sobre a raiz,

Água de fonte corrente.

Minha árvore de Natal

Será da maior beleza!

Peço - não a façam mal,

Respeitem a natureza.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 08/12/2010
Reeditado em 15/12/2010
Código do texto: T2660815