UMA HISTORIA DE NATAL

Lembro-me de quando descobri

que Papai Noel não existia.

Vi meu pai colocando os presentes junto à árvore.

No dia seguinte, abrindo o pacote,

perguntei: - Quem o deu?

Foi Papai Noel, ele respondeu

Percebi que mentia.

Confessei tê-lo visto

em seguida fiquei de mal.

Por que faziam-me acreditar

naquele velhinho legal?

Pediu-me então segredo.

Eu não deveria contar às outras crianças.

Ah! Ela descobriu tão cedo!

Como sou tola, pensava.

E ainda tenho que ficar calada.

Por que tenho que participar da mentira

e toda criança tem de ser enganada?

Outros Natais vieram,

já não tinham o mesmo sabor.

Mas mesmo assim eu ganhava um presentinho.

Minha mãe entregava-me com muito amor.

Meu pai já estava ausente,

mal tínhamos o que comer.

Isso intrigava: Como ela comprava o presente?

Mais tarde eu saberia.

Ela fazia trabalhos extras

para não faltar nada nas festas.

Crianças da vizinhança

vinham mostrar-me o que ganhavam.

Mas se eram os próprios pais que compravam

por que não contavam?

Foi quando eu ouvi

que a história de Noel realmente aconteceu.

E que de tão grande, bom e puro o seu coração,

seu espírito nunca morreu.

E todo ano a festa se repete,

dá-se o presente que promete.

E aos poucos fui percebendo,

que meu pai não mentiu.

O espírito do Natal não podia acabar.

Sempre existirá na melhor forma de amar.

Então fiz uns versos:

É Natal! Ouço o sino da capela.

No ar entoa-se uma canção,

parecem anjos a cantar.

Enche-se de amor o coração,

tenta-se nunca esvaziar.

Natal, sempre representado pela neve.

O olhar fica mais puro, a alma fica leve.

A cidade fica toda iluminada.

Cristo está em todo ser,

renascendo neste lindo dia

para um novo amanhecer.

O mais importante é amar.

Época de refletir, perdoar e o perdão merecer.

O aniversário é do menino Jesus,

Mas nós é que devemos crescer.

Nádia Cantelli
Enviado por Nádia Cantelli em 24/10/2010
Código do texto: T2576098