AURA NATALINA

Em mim

reamanhece mais uma aura de Natal.

Pulso um coração cuidadoso

que canta encantado

-mas encarcerado de emoção!-

cujos tantos sentimentos espreitam

as estreitas frestas da esperança,

que vez ou outra se distraem

a me deixarem escapar em essência.

Peço perdão pelo descuido de mim.

Mesmo assim,

Repico meus sinos

entre as luzes que fulguram no meu peito.

Fogem-me as palavras, e delas já me desfaço.

Então, apenas fecho os olhos e abro o sentimento.

Posto que a poesia transcende os limites das letras

e só o pensamento sabe se valer dos versos amorfos.

É assim que também sou Natal:

A rezar poemas que me transfiguram em milagre:

Brilho aura de alegria e latejo um coração...

de saudade.