AFINAL É NATAL!

Hoje

(será já Natal?...),

sento-me à lareira de mim mesma

e abro o presente

a que tenho direito...

No papel de embrulho,

há flores que murcharam,

mas, quem sabe, restaram

algumas sementes

no laço que desfaço

com falta de jeito!...

Tacteio a caixinha

e ainda ouço a música

que reconheço minha,

e ainda danço e me visto

de doce bailarina!

...e ainda sinto as cores

de um rubor que me pinta...

(será que é o Natal

que não me esqueceu ainda?...)

São tão meus os momentos

que em presente me dou!

O passado, onde ficou?...

Não interessa,

que interessa?,

se o fumo ainda sobe,

se a lareira que acendi

ainda está quente e acesa?...