NATAL DE MEUS TEMPOS DE MENINO

NATAL DE MINHA INFÂNCIA

AH! Como é bom recordar,

O Natal de minha infância;

O presépio ao Menino Jesus

Lá na igreja matriz;

A manjedoura de palhinhas

Fofinhas,

Doiradas,

A vaquinha e o jumento,

E os pastores de faces afogueadas.

Maria a Virgem Mãe, e José

A tudo prestavam atenção

Em êxtase profundo,

E meditavam no mistério

Daquele menino

Assim nascido, pobrezinho,

E, no entanto, Senhor do mundo.

E o povo simples cantava feliz

Canções singelas,

Tão belas,

Lá na velha igreja Matriz.

Naquele tempo, ninguém falava

Em Papai Noel ou Pai Natal,

E todos festejavam

O personagem principal.

A família após a missa do galo,

Alegre festejava a consoada:

Com bilharacos, rabanadas,

Castanhas quentinhas, assadas

No borralho,

E bom vinho na “picheira”,

Ao redor do lume na lareira;

E lá fora da porta, a geada,

Campos e montes pintava;

Tudo era um imenso estendal;

Lençol branco, virginal,

Onde as estrelas vinham brincar

Para alegrar o Deus Menino,

Tão belo e pequenino. .

do meu livro - Silêncios que Gritam

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 17/12/2009
Código do texto: T1983148