NATAL DE MEUS TEMPOS DE MENINO
NATAL DE MINHA INFÂNCIA
AH! Como é bom recordar,
O Natal de minha infância;
O presépio ao Menino Jesus
Lá na igreja matriz;
A manjedoura de palhinhas
Fofinhas,
Doiradas,
A vaquinha e o jumento,
E os pastores de faces afogueadas.
Maria a Virgem Mãe, e José
A tudo prestavam atenção
Em êxtase profundo,
E meditavam no mistério
Daquele menino
Assim nascido, pobrezinho,
E, no entanto, Senhor do mundo.
E o povo simples cantava feliz
Canções singelas,
Tão belas,
Lá na velha igreja Matriz.
Naquele tempo, ninguém falava
Em Papai Noel ou Pai Natal,
E todos festejavam
O personagem principal.
A família após a missa do galo,
Alegre festejava a consoada:
Com bilharacos, rabanadas,
Castanhas quentinhas, assadas
No borralho,
E bom vinho na “picheira”,
Ao redor do lume na lareira;
E lá fora da porta, a geada,
Campos e montes pintava;
Tudo era um imenso estendal;
Lençol branco, virginal,
Onde as estrelas vinham brincar
Para alegrar o Deus Menino,
Tão belo e pequenino. .
do meu livro - Silêncios que Gritam