Anatal

De mãos abertas,

o coração sangra,

o pensamento lateja,

a alma veste-se de luto.

Porquê a ausencia de sentimentos?

Caminhar...

em terra árida

que cultiva

todos os dias

a fome,

a miséria

e o poder!

Chega!

Chega de tanta hipocrisia

disfarçada de sonhos e esperanças,

escondendo um mundo sombrio

com o nome do Natal!

Embriagados

pelas luzes, prendas

e cantares,

louvam a bondade

e a compaixão:

familias abraçadas

unem-se na rendição.

O homem a punir-se

da razão que não criou,

renasce dia-a -dia.

Há corpos famintos

esperando

mais um ano

pela indulgência

do Natal.

Faremos o caminho do Amor?

Isa Castro
Enviado por Isa Castro em 18/12/2008
Código do texto: T1341633