Anatal
De mãos abertas,
o coração sangra,
o pensamento lateja,
a alma veste-se de luto.
Porquê a ausencia de sentimentos?
Caminhar...
em terra árida
que cultiva
todos os dias
a fome,
a miséria
e o poder!
Chega!
Chega de tanta hipocrisia
disfarçada de sonhos e esperanças,
escondendo um mundo sombrio
com o nome do Natal!
Embriagados
pelas luzes, prendas
e cantares,
louvam a bondade
e a compaixão:
familias abraçadas
unem-se na rendição.
O homem a punir-se
da razão que não criou,
renasce dia-a -dia.
Há corpos famintos
esperando
mais um ano
pela indulgência
do Natal.
Faremos o caminho do Amor?