QUE FALEM NO NATAL, EU NADA DIREI
Que falem de flores
de dores
dos amores não completados
das viagens
das margens
dos marginalizados
das partidas
das cidades alagadas
do porto
e dos desertos
do peito apertado
da solidão
e das amizades
que falem da primavera
do que é "vero"
do que é sério
do amarelo e do vermelho
do cinza das horas tristes
dos papais-noéis
das casas iluminadas
do nada em certos lares
das marquises
da crise que manda avisar
que vem aí
que falem das mãos unidas
e das separadas
dos filhos que crescem e se vão
dos rios que descem
e inundam
dos corações aflitos
dos ritos
dos gritos dos desabrigados
do deserto
do que é certo e errado
que falem do natal
da renas mágicas
das estrelas
na natividade
das cidades alegres
das lojas repletas
dos sorrisos
dos reis magos seguindo a estrela guia
da rua
da lua
da astrologia
que falem, que falem, que falem,
eu também nada direi.
....
em réplica a:
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/1337397