Pai... Por que não sou mais um menino? (Para sua doce lembrança que me faz, como tão poucas coisas... Feliz!)

Pai... Por que não sou mais um menino?

Cores eram cores

No céu tinha as nuvens

Algodão tão doce

Acho que amores...

Eram o que eram

Casas, carros, pessoas... Pegasus e centauros?

Deuses e profetas

Deus era tão jovem

Dor de vacina

Chorar coisa de menina...

Desenhos ... em todos os canais

Assistia os telejornais

A distancia das galáxias

Amaral neto (O Repórter) por você

Quando tudo era correto

O dia passava

As brincadeiras

A noite chegava

Você ali, super-homem de concreto!

Pai...

Quando tudo era fantasia

Mágica suave

E alegria

Pai... Por que não sou mais um menino?

Quanto eu, do mundo nada sabia...

Quando quis ser sua sombra

Calado me movia

Pai... Por que não sou mais um menino?

Quando meus cabelos raspados

Continência se fazia

Tenentes e coronel

A noite assim fria...trazia

Você, o general em um branco corcel!

Pai... Por que não sou mais um menino?

Novamente e tão rápido

Foram-se os cabelos

Perdidos nos ralos

Da “oficina de saber”

E lá estava você o sábio entre os sábios

Pai... Por que não sou mais um menino?

Pai...

Pai... eu te vi assim, pai, herói, amigo

Avô... Netos brincando

em teus cabelos brancos de bambino

O mundo ainda girando...

Hoje

Sou homem

Sou memória

Doce, suave e morna...

Que por ti espera

Ali na mesma porta

Que não se abre mais...

Pai

Pai... Por que não sou mais um menino?

Pois se fosse eu um

Além do mundo ainda ser lindo

Teria tua face eterna

Sempre sorrindo...

Pai...

Por que não sou mais um menino?

Para quem como eu... Que da vida física perdeu

Fica aqui um abraço em calor... Fraterno!

OTAVIO JM
Enviado por OTAVIO JM em 05/12/2008
Código do texto: T1320849
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