CHINELOS DOURADOS
Por estarmos em tempos de Advento,
resolvi reeditar esta poesia publicada no ano passado.
O Natal se aproximava,
Era grande a correria.
As lojas super lotadas,
Todos com grande alegria,
Escolhiam os presentes
Que levavam nesse dia.
Naquela loja bonita,
Entupetada de gente...
Lá estava eu também
Para comprar os presentes.
Duas criaças, na fila,
Estavam na minha frente.
Notei as pobres crianças
Que estavam do meu lado.
Traziam nas mãos dois chinelos,
Cheios de enfeites dourados...
A menina radiante, por ter
Aquele presente encontrado.
Eram crianças humildes,
Que ali do meu lado estavam.
Pés no chão, roupas surradas,
As pobrezinhas trajavam.
Por serem pobres, muito pobres...
Todos as ignoravam.
Chegaram até o caixa
Para a dívida quitar.
Mas o dinheiro que tinham
Não dava para pagar.
Duas lágrimas nos olhos
Da menina, vi brotar.
Me emocionei ao ouvir
A menina, entre soluços falar,
Que aquele par de chinelos
Jesus iria amar.
Eu paguei a diferença
Para depois perguntar:
- Por que Jesus amaria
Aquele pobre presente?
O menino abraçou-me
E respondeu prontamente:
- É que nossa mamãezinha
Está muito, muito doente.
Papaizinho me falou
Que ela vai nos deixar.
E lá no céu, com Jesus,
É que ela irá morar
E este par de chinelos
Mamãezinha irá levar...
Dizem que as ruas no céu
São todas de ouro enfeitadas!
Imagine o senhor,
Nossa mãezinha adorada,
Com estes lindos chinelos
Fazer suas caminhadas!...
Nesse momento, eu senti
A importância de um lar.
Lágrimas dos meus olhos
Começaram a brotar.
Naquele instante - confesso -
Tive mesmo que chorar...
Abracei-me com as crianças
Como se fossem filhos meus.
Ergui os olhos pro céu
E agradeci a Deus
Por esta lição de amor
Que Ele me concedeu.
Antônio Oliveira (Paraibuna SP