Esperança renovada
ESPERANÇA RENOVADA
Anoitece e algo diferente se anuncia
É chegada a hora da Ave-Maria
Na casa humilde é natal
Nada de perus, panetones, presentes
Na mesa apenas o trivial.
Da porta abre-se uma paisagem sem igual,
Verdes campos coloridos de cinza
Pelo cair da noite.
Nada de neve, luzes...
A escuridão já dá o ar da sua graça
E uma estrela surge, solitária.
Branco só mesmo esse areal sem fim.
Na sala, a árvore de galhos colhidos na paisagem
Cobertos por flocos de algodão
Enfeites artesanais
Produzidos por mãos calejadas.
Mãos que unem-se na oração.
Insistente, a esperança
Instala-se no peito
E faz companhia ao olhar que
Vagueia no pequeno espaço
Onde tosco berço acolhe a alegria.
Este será um natal diferente
Presépio vivo.
Embalada ao peito
A cria acaba de nascer.
Renova-se a esperança
É novo, o dia!
FATIMA MOTA