Dona morte
Chegou de mansinho, como se não quisesse nada
Veio até mim sem hora marcada
Sua voz ecoou com dor encontrada
E meu ar sugou, feito fumaça.
O silêncio se instalou em meu corpo,
Meu ser se esvaiu, é oco.
Na escuridão fazia-se porto
A hora chegara como conforto.
Oh, morte, por que veio agora?
Por que não esperou lá fora,
Para que eu pudesse fugir?
Diz-me...
O que faço aqui?
O que restou de mim?
Até quando eu iria resistir, sem ter que partir?
Mas é chegada a hora,
A hora de ir.