Taciturno
Intensamente calado.
Ao sentir-se prisioneiro.
Desta rotina maçante.
Aguçado para se libertar.
Dessa profunda angústia.
Espera, espera ansiosamente.
Em nome da esperança que tanto ouve.
De que tudo irá se transformar em breve.
Agoniado, plange e vocifera:
- Quando a rutilância cobrirá essa escuridão penosa?
Ainda taciturno,
Roga pela paliativa rutilância:
- Por que resplandece outros e não a mim?
Essa disfarçada esperança.
E essa rutilância que engoda.
Eu não esperarei para contemplar.
Porque as barras da prisão dessa rotina.
Transporam para as grades do purgatório.