Villanella ao Verme

“Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas”.

(Machado de Assis)

De iguaria és-me um verme a servir-me no mundo...

Eu tratei sempre a tudo e a todos com desdém!

E igualar-me-ia o verme a um invólucro imundo...

Sempre alheio a qualquer pensamento profundo

Nunca me interessei no que não me convém!

De iguaria és-me um verme a servir-me no mundo...

Encontro-me perdido em abismo sem fundo

Enquanto me preocupo e penso em mim, porém!

E igualar-me-ia o verme a um invólucro imundo...

Meu vívido memento é vivo e moribundo

Momento em que descrevo a vida que estou sem!

De iguaria és-me um verme a servir-me no mundo...

Conhecido no mundo e esquecido em submundo

Solitário em que fico e avanço mais além!

E igualar-me-ia o verme a um invólucro imundo...

Em um mar de ostracismo eterno, eu me afundo...

Para sempre, tornei-me em nada nem ninguém!

De iguaria és-me um verme a servir-me no mundo...

E igualar-me-ia o verme a um invólucro imundo...

(Bhrunovsky Lendarious)

Poeta Lendário
Enviado por Poeta Lendário em 13/12/2024
Reeditado em 13/12/2024
Código do texto: T8218624
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