Cheiro de flores
Cheiro de flores!
Não sei ao certo,
Se dormindo ou acordado.
Sussurros,
Alguém está chorando.
Palavras desconexas,
Mal consigo decifrar.
Sinto toques,
E um frio,
Que está dentro de mim,
Me atordoando.
A cera da vela invade o ambiente,
Rezas,
Preces e louvores,
Neste momento não sinto nada,
Nem o peso do corpo,
Nem a presença das dores.
Apenas escuro.
Uma súplica,
Alguém grita por Deus.
Ouço ao longe,
Uma música,
Que diz algo sobre dizer adeus.
Ansiedade me ataca,
Me consome,
Quero sair.
Preciso de ar,
E por mais que tente,
Ele não vem.
Angústia,
Choro,
Sensação de abandono.
Passa o tempo,
Me sinto descansado,
Não abro os olhos,
Me apetece o sono.
Tento me controlar,
Mas o traiçoeiro medo não deixa,
E me questionou,
Onde devo estar?
Sons diminuem,
O escuro aumenta,
Um vácuo,
Um intenso vazio,
Ainda há flores,
Não há luz,
E nenhuma presença.
Lamentos entoados por alguém próximo,
Não consigo decifrar a voz.
Um som abafado,
Metal em atrito com a terra,
Algo caindo,
Compassado,
Aos poucos,
Vai diminuindo,
O silêncio me invade,
É frio e sombrio.
Quero gritar!
Porém não consigo,
Rezo em silêncio,
Nada mais faz sentido.
Finalmente adormeço,
Como se a vida perdesse todos os sentidos.