Enquanto vejo, enxergo
Olhares tristes,
murmúrios.
Eu vejo algo além de um corpo
estirado no chão.
Eu vejo uma vida que foi perdida,
um coração que foi destruído,
uma cabeça virada à esquerda,
uma mão enrijecida.
Vejo alguém cobrar por justiça,
os olhares à procura de resposta,
teu amor dilacerado em meio à porta.
Vejo um ser com um pano
para cobrir aquilo que um dia foi vida,
que um dia fez-se presente,
que um dia amou e foi amado.
Observo o negar do pano
sobre aquilo que vejo.