Noite cai

No crepúsculo da vida,

a dor é um mar sem fim.

Ondas de tristeza quebram no peito,

um coração naufragado,

perdido em si.

A morte sussurra seu canto perfeito.

A lua, pálida e fria, espelho da alma,

reflete a sombra do que se foi.

E nas estrelas, lágrimas brilham silenciosas,

enquanto a noite vem.

A morte convida a alma

para a última canção,

um adeus sussurrado em versos incertos.

A dor traz um abraço, um toque mesquinho,

que transforma o calor em inverno.

A morte caminha ligeira e

escreve estes versos comigo.

Ouço meu coração ainda bater.

Foi assim que acordei agora há pouco:

com uma tristeza corroendo

minha alma,

olhos de sertão.

Não tem ninguém aqui.

Um vazio entrou porta a dentro,

sobrou pouco ou quase nada de mim.

Madrugada, procuro num sonho,

um remédio qualquer.

Talvez sorria.

Quem sabe?

Mais um dia.