O túmulo não guarda
Mas terra
Restos mortais
O que guardam
As flores postas
As rezas dirigidas
O amor que deseja ser pra sempre
O túmulo é o fim
Uma penumbra do que foi tudo
Um particular absoluto
Que tremula ao vento as lágrimas sóbrias
Que se mesclam aos rituais do tempo
Geometrizado por humano
Sempre tão exposto
Sem mais tanto daquele instinto que protege e aprisiona
Mais solto e mais triste corpo
Que acredita no mais improvável
Incansável tordo
Porque sua dor é mais consciente
O medo mais alto
A saudade e o carinho
Quando não é apenas um, mas também outro
Que foi um dia
E se torna memória
Um ardor que não se toca
Que não pode conter
Inspirado por uma poesia muito bela, "finados" do poeta Tomás Santos