Diante da morte

Alma amiga do meu coração

Somos elos da mesma corrente

Que se afastam eventualmente

E retomam a comunhão.

A morte tão temida

É passagem de regresso

Um trem quase expresso

Que nos devolve para o lar.

E a vida, alma amiga

É escola redentora

A exata professora,

Que ensina o verbo amar.

Se a dor te assombra e assola

Ao impor abrupta separação

Arrancando do teu dia a dia

O ser amado e tua alegria

Pelas mãos da desencarnação.

Crê: o mundo é benta escola

De prova e também expiação.

Mas nossa casa é outra esfera

Confia, acalma e persevera

Com afinada resignação.

Na Terra, alma querida

Somos todos aprendizes:

Mil capítulos em cada vida

Muitas vezes tão sofrida

De fome, medo ou solidão.

Mas a dor sempre convida

A profunda e densa reflexão

Nos despindo pelo avesso

Lapidando o ego espesso

Pai de tormenta e ilusão.

Nessa estrada do viver

Não podemos parar não

O caminho é de progresso

E se te escrevo entre verso

É pra tocar teu coração.

Assim como sol a renascer

Mesmo em dor de solidão

Dê de si o amor que tem

De mãos dadas com o bem

Neste mundo de provação.

E a vida, antes agreste

Se fará fecunda terra

Deixando espaço para o amor

Florescer na antiga dor

No jardim da redenção.

E então o Pai Celeste

De toda vida e do universo

Na sua imensa lei de bondade

Criará nova oportunidade

De te unir ao teu irmão.

Porque a morte tão temida

É passagem de regresso

Um trem quase expresso

Que nos devolve para o lar.

E a Vida, Ah, a vida...

É escola redentora

A exata professora,

Que ensina o verbo amar.

Aflora la Fora
Enviado por Aflora la Fora em 25/10/2024
Reeditado em 25/10/2024
Código do texto: T8182096
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