Diante da morte
Alma amiga do meu coração
Somos elos da mesma corrente
Que se afastam eventualmente
E retomam a comunhão.
A morte tão temida
É passagem de regresso
Um trem quase expresso
Que nos devolve para o lar.
E a vida, alma amiga
É escola redentora
A exata professora,
Que ensina o verbo amar.
Se a dor te assombra e assola
Ao impor abrupta separação
Arrancando do teu dia a dia
O ser amado e tua alegria
Pelas mãos da desencarnação.
Crê: o mundo é benta escola
De prova e também expiação.
Mas nossa casa é outra esfera
Confia, acalma e persevera
Com afinada resignação.
Na Terra, alma querida
Somos todos aprendizes:
Mil capítulos em cada vida
Muitas vezes tão sofrida
De fome, medo ou solidão.
Mas a dor sempre convida
A profunda e densa reflexão
Nos despindo pelo avesso
Lapidando o ego espesso
Pai de tormenta e ilusão.
Nessa estrada do viver
Não podemos parar não
O caminho é de progresso
E se te escrevo entre verso
É pra tocar teu coração.
Assim como sol a renascer
Mesmo em dor de solidão
Dê de si o amor que tem
De mãos dadas com o bem
Neste mundo de provação.
E a vida, antes agreste
Se fará fecunda terra
Deixando espaço para o amor
Florescer na antiga dor
No jardim da redenção.
E então o Pai Celeste
De toda vida e do universo
Na sua imensa lei de bondade
Criará nova oportunidade
De te unir ao teu irmão.
Porque a morte tão temida
É passagem de regresso
Um trem quase expresso
Que nos devolve para o lar.
E a Vida, Ah, a vida...
É escola redentora
A exata professora,
Que ensina o verbo amar.