Quando eu partir
O dia da minha partida será quente e monótono, assim como essa tarde de 15 de dezembro. Uma quietude silenciosa, onde não há cantar de pássaros e os peixes não nadam. Onde o sol evoca sua fúria e a atmosfera sufoca uma preguiçosa e escaldante canção. Não haverá chuva, muito menos brisa fresca. Apenas a implacável força do dia, exibindo suas garras e levando tudo o que há pela frente.
No dia seguinte, após o tormento, o sol não despertará, a chuva apagará a dor dos aflitos e o relógio retomará seu ritmo. A vida floresce e se desponta das lágrimas da chuva, e o passado se esvai como uma dor distante...