Nos braços da morte
Nos braços da noite, surge a Dona Morte,
Com seu olhar profundo, revela um norte.
Ela é a musa de um amor tão sombrio,
Um desejo oculto, um doce desafio.
Seu toque é suave, como brisa no ar,
Cada sussurro promete o fim do pesar.
Nos labirintos da mente, ela dança e seduz,
E no silêncio do medo, o coração reluz.
“Venha, meu amor”, ela diz com ternura,
“Na eternidade, encontraremos a cura.
Deixe os fardos da vida para trás,
Aqui na penumbra, o amor nunca faz paz.”
E assim me entrego à sua doce canção,
Na morte, descubro uma nova paixão.
É um amor que floresce entre sombras e luz,
Um laço eterno que o tempo traduz.
No instante final, quando tudo se apaga,
Sinto seu abraço como a mais bela saga.
Atraído pelo mistério que ela traz consigo,
Apaixonar-se pela morte é encontrar abrigo.
Dona Morte me envolve em seu manto sutil,
E no beijo da despedida, sinto-me febril.
O prazer de partir é um amor profundo,
Na dança da morte, renasço no mundo.