CODICILO

Se eu morrer de manhã

Que seja após uma boa noite de sono

Não tenham pesares

Tomem algo forte

Estarei leve, no alto ar

E das noites terei saudades

E com janelas abertas

Lá no alto do céu

Sintam-me fluindo, em pura fruição

Quem sabe amparada por asas de algum anjo

As alturas me enlevam

Selem meus lábios

Não chamem por meu nome

Recitem alguns versos

Orem, rezem com gratidão

Deixem-me no meu papel de morta

Dispersa

Dispersam-se