A Casa

Inundada em plena seca.

Apagada por terror.

Induzida a temer.

Aquela coisa está com dor.

A mulher andava zangada.

O menino, eu nem sei.

A tristeza bate a porta.

Lá na sala não irei.

No quarto principal, medo.

Na sala de jantar, medo.

O que não entendo é o motivo.

De tanto apego.

É estranho, chega pesa.

Diferente, me segue.

Nada me fazem, sei lá.

O que aconteceu? Não dá.

Ah, sabe, eu queria ajudar.

Ah, sei, não tenho poder pra isso.

Eles estão aprisionados em algo.

Aprisionados por causa de alguém.

Porque ela estava riscando a cama?

Justo com um pedaço de espelho.

O que há de errado?

Só eu sinto?

Nossa, alí é muito difícil de passar.

A dor nos cobre ao chegar.

Só eu sinto?

Sim, só eu.

Ah, queria ajudar.

Ah, mas acho que não tenho tanto poder.

Eles estão presos aqui.

Eles foram presos por alguém.

Mas é muito difícil.

Muito difícil.

Em algum momento conseguirei.

Enquanto não, só refletirei.

A casa está fria, a casa está aberta.

A casa está fria, a casa está fechada.

A casa está fechada, o quarto está frio.

A casa está aberta, a sala está fria.

Símbolos?

Marcas?

Rabiscos?

Ou letras?

Não sei, não sei mesmo.

Não entendo, não entendo nada.

É a mãe dele? É filho dela?

É parente dele ou é amiga?

Eu a vi na sala, mas ele não estava perto dela.

Eu o vi no quarto, mas ela não estava perto dele.

Ele estava feliz, mas ela não.

Ela estava zangada, muito zangada.

O que aconteceu, não sei.

Mas será que alguém fez alguma coisa?

Eu tenho medo dela, mas dele não.

Qual será a razão?

A casa está fria, a casa está aberta.

A casa está fria, a casa está escura.

A casa está fechada, o quarto está escuro.

A casa está aberta, a sala está escura.

Só eu consigo vê-los?

É coisa da minha mente, eu escuto...

As marcas nas camas, os riscos nos colchões.

Só eu os via?

Ah, que difícil.

Eles precisam de ajuda.

As marcas nas camas, os riscos nos colchões.

Só eu os via?

E porque não me fizeram nada?

Não me avisaram nada!

Eu poderia ter ajudado?

Eu seria útil?

Ah, que difícil.

Eu não me sinto feliz lá.

É um lugar pesado, cheio de culpa.

Algo aconteceu, alguma coisa muito ruim.

Só eu consigo vê-los?

Paciência!

Não é coisa da minha mente!

Eu consigo ver e quero entender.

Eles estão aprisionados aqui.

Acho que a mulher não tem culpa.

O menino, traz uma energia muito agradável.

Já mulher me dá medo, mas ela não tem culpa.

Inundada em plena seca.

Apagada por terror.

Induzida a temer.

O espírito pode me ver.

Mãos secas e frias.

Uma imagem de dar medo.

Os pés que não tocavam o chão.

Os olhos que não fechavam.

A mulher andava zangada.

O menino, eu nem sei.

A tristeza bate a porta.

Naquela casa, não irei.

A porta rangeu.

Eu não entendi.

O que me deu mais medo.

Foi que lá só tinha eu.

Jhonnathan Pereira
Enviado por Jhonnathan Pereira em 16/08/2024
Código do texto: T8130182
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