O Corredor Da Morte

Que viver cruciante, que cruel cenário

Medo e tristeza que ardem ao peito

Sofrimento árduo, infeliz, solitário

Talvez seja o único com este defeito

Se um dia teve luz, hoje se apaga

E caminha ao escuro da própria existência

A vida apedreja, a morte afaga

Só lhe resta o pesar, da consciência

Sangram seus pés ao andar sobre as brasas

Derrama o sangue de odor putrefato

Roubaram-lhe a alma, cortaram-lhe as asas

Agora não sente, não voa de fato

Caminha pelo corredor da própria tristeza

E leva consigo, um coração quebrado

Partido ao meio, com tanta frieza

Pois ninguém na vida, andou ao seu lado

Destina o seu fim, por meras carências

E parte sem volta, pra longa jornada

Só deixa pra trás como reticências

As brasas que ficam nas suas pegadas

Vê no final da estrada, um anjo obscuro

De capuz negro, e na mão um cajado

Segue caminhando por aquele trecho escuro

Quando finalmente, ao fim tem chegado

O anjo o olhando, disse-lhe então

Tu partirá comigo, pra eternidade

Dê-me a tua mão

E deixe pra trás, esta crueldade

Do olho chorando e do peito sangrando

Formam vertentes, que do corpo transborda

Parte desta vida, agora flutuando

Com o pescoço preso, a uma corda

E deixa pra trás, uma vida dolorosa

Na morte encontrou, o que tanto procurava

Agora a dor segue silenciosa

Ouvindo as histórias que a morte a contava

Welerson Recalcatti
Enviado por Welerson Recalcatti em 31/07/2024
Código do texto: T8119184
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