Do lado de lá
Quem diria
Pura ironia
Fugindo da enchente
E de todas as gentes
Eu fui morar, quase em frente,
Do lado de lá...
Aqui da minha rua, dobrando
Subindo a lomba da Oscar Pereira
Tem cemitérios à profusão
Tem enlutado em procissão
E defunto de todo padrão
O dia que alguém me leve
Ou, mais provável, que eu encha o saco
E decida ir sozinho
Nem precisa me indicar o caminho
É só dobrar e subir!
Subir alma, como um balão
Afundar corpo, como semente
Te digo somente:
Quem o fim encara de frente
Pode até ser trágico
Mas não mente...