Paralisia do sono
Paralisia
Cardoso I.
Não consigo dormir,
Minha insônia tem nome,
Toca o interfone,
Eu deixo entrar.
Toda noite é a mesma cena,
Na mesma hora,
Sem atrasos,
Chega o convidado.
Estou paralisado ,
Imóvel,
Sem poder dizer sim ou não,
Refém da luz e da escuridão.
Esse meu sonho se repete com frequência,
A velha louca entra pela porta da frente,
E se apossa sobre mim com força estrema,
Suficando-me sem pena.
Tento gritar,
Impossível.
Tenta fazer movimentos,
Nada aceito.
Quero sair dali a qualquer custo,
Quanto mais tento, me assusto.
Estou Imóvel
Paralisado
Fatal estado.
Tento ser forte
Infeliz,
Refém do medo da morte.