Sinto Chegando
Sinto chegando
Na estrada da vida, ao longe vislumbro o horizonte,
Onde o sol se põe em seu derradeiro monte.
Sinto o sopro do tempo, suave e constante,
Anunciando a chegada da minha própria estante.
As memórias se entrelaçam como fios de um tear,
Contando histórias de um passado a recordar.
Caminhei por trilhas, enfrentei tempestades,
Mas agora, na calmaria, vejo as realidades.
Os dias se despedem com um tom de melancolia,
Enquanto as horas escorrem como a areia na ampulheta vazia.
A finitude se insinua, sorrateira e mansamente,
Recordando-me que a vida é breve, fugaz e urgente.
Mas não temo o fim, pois sei que faz parte do ciclo,
Assim como a folha que cai e se transforma em adubo fértil.
Enquanto me aproximo do crepúsculo derradeiro,
Abraço a finitude como um último companheiro.
Que eu possa deixar um legado de amor e sabedoria,
E que minha passagem não seja em vão, mas cheia de poesia.
Porque mesmo na finitude, há beleza em existir,
E na eternidade das lembranças, meu ser há de persistir.
Zezé Libardi