DOR DA PARTIDA
No peito, uma ferida aberta,
uma dor implacável que não cessa,
castiga a alma como um flagelo,
atingindo a pele, gélida e fria.
Jamais imaginamos quão brutal
seria a dor da perda súbita...
Se ao menos pudéssemos prever,
nos revestiríamos de armaduras
para nos resguardar do tiro perdido
que desfaz os planos de fuga prematuramente.
Mas será que existe mesmo um momento?
Será que há de fato um dia?
Um instante ou dia designado para uma partida final?
A escuridão agora ao nosso redor intimida, amedronta,
trazendo lágrimas, angústia, um fogo que consome
o sentimento exposto...
Para essa dor, não há unguento nem medicamento capaz de aliviar...
Apenas um trajeto doloroso e lágrimas
para aqueles que permanecem, sofrendo,
guardando em cada palavra o último adeus,
e nos abraços, o derradeiro afago de despedida.
(Cida Vieira)