Pronto-Socorro

Os gritos fazem-me despertar

Dessa letargia de todo dia

E todo dia o mundo chora

Quem namorou não mais namora

Quem estava aqui e foi-se embora

Desperto, eu não consigo mais dormir

Não consigo fingir que não está aí

Toda a dor daquilo que é certo

Se é certo o destino, por que tudo é incerto?

Adormeço, pois tenho minha própria dor

A morte é tão vizinha aqui de casa

O desespero posto em brasa

Por que me incomoda tanto esse terror?

Me pergunto entre aqueles gritos de dor

E agora, para onde vai o amor?