Um barulho, um estrondo
Um barulho, um estrondo...
Ágil flecha de fogo,
contra a terra meu rosto;
notas de um homem morto.
Debaixo da figueira;
não por esta cidade,
não por essa bandeira,
não pela minha idade...
Nem morri pelo estado,
não foi pelo país,
nem pelo que acusado...
Sim por minha raíz.
Sim pelos meus irmãos,
aliviar a madeira.
Ao trabalho das mãos...
Não por essa bandeira.
Sim aos que em fome somem,
crianças esquecidas;
no frio sem casa morrem,
nas calçadas caídas.
Que não sintam mais frio,
próximas do criador;
tenham acesso ao rio,
se cure toda dor.
Pesada cruz nas costas...
Liberdade e família,
sem precisar das sobras...
Não morri por brasília.
Sim idosos, carentes,
aos pobres e pais crentes;
também por meus parentes,
sem o som das correntes.
Sem ter nota marcada...
Nem organizações...
Quaisquer aberrações
que na miséria mata.
Nem paz e nem amarra
que no caos se propaga.
Quero nada da praga,
nem viver pelo tolo
que pensa ser um lobo,
mas bali como cabra!