Passagem
O poeta pede licença,
Deseja morrer
-Com licença porteiro, permita
que eu passe para o outro lado.
O poeta está macambúzio
Não quer tormenta,
gosta de paz
Ele está sereno
Os poetas são assim:
Uns dias assim
outros diferentes
Ele não quer conversa
quer silêncio,
Introspecção
O poeta da maldição
não quer tumulto,
Quer passar
Entre o claro e o obscuro,
Ele prefere o amargo
Entre o fácil e o difícil,
O conquistado
“-Não podes atravessar ainda,
tua roupa ainda te serve.”
O poeta está longe dos noventanos.
Franklin Ramos