Funerais

Eu vi minha face no espelho

Não reconheço mais esse ser

Morri mais uma vez sem conselho

Morri hoje cedo sem perceber.

Não é de hoje que eu morro

Morri quando menino e também rapaz

Me mato num mato sem cachorro

Meu Deus, como fui capaz?

Eu sempre morro pra melhorar

Morro querendo inventar

Morro sem pedir socorro

Sem lágrimas pra chorar.

Morro tentando entender

Morro na mudança das estações

Talvez eu morra pra não sofrer

Pra cantar novas canções.

Morro quando faz sol

Ou mesmo quando a chuva cai

Morro nos primeiros encontros

Na despedida de quem se vai.

Morro por um amor

Quem sabe até por dois

Talvez morra de novo hoje

Amanhã ou depois...

Morro de empatia

Morro também de euforia

Às vezes sem simpatia

Morro pra viver mais um dia.

Eu morro ao acordar

Morro quando me deito

Eu morro à minha maneira...

Morro sempre do meu jeito.

Raniel Bomtempo
Enviado por Raniel Bomtempo em 28/01/2024
Reeditado em 26/02/2024
Código do texto: T7986515
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.