Ansiedade e conflito
Senti meu corpo
Com vontade de desligar-se
A cada fechar de olhos mais profundo... o medo
Um medo dominante
Assim como um pós-trauma que adormece perigosamente
Rezar, perigoso, meus olhos acordam assutados
Depois de um pestanejar profundo
Um segundo interminável
O que quer, meu Deus?
Que eu apague?
Que durma e sonhe?
Tenho medo.
Só as palavras me mantêm alerta
Uma carta pra minha terapeuta
Que me abandonara no meio do caminho
Uma longa carta, como continuidade de terapia
Acordei enfim
Pra ouvir o bêbado que canta feliz
Empurrando seu carrinho de compras vazio
E barulhento
Será que ele tem estresse?
Por um segundo quero trocar papéis...
E andar sem rumo pela estrada movimentada
Duma noite de sábado sem passos de Travolta
Sinto o corpo sem sangue
Como artérias de estradas vazias sem respirar
Sinto medo. mas só há uma maneira: seguir em frente
Enquanto tudo ou nada acontece
Pra me livrar da ansiedade que me persegue
E não dá bola pra conselhos
Mesmo os mais racionais e sinceros
Que saem da boca dos amigos
Que têm lá também suas dores quase incuráveis
Que venha uma curva abençoada
Depois de toda essa sinuosidade traumatizante!