somente uma porta
Morre cedo
Quem muito fala
Quem pouco sente
Quem sempre guarda
Morre aos poucos
Quem se apavora
Quem vê e não chora
Quem sabe dizer, mas não conta uma história
Morre lento
Quem muito demora
Quem aos poucos não se recorda
Quem sente que é chegada a hora
E quem nunca morre?
É o passar da memória
É o momento do agora
É a conquista da alma
Aos poucos se perdem
Aos poucos nunca se olham
O que nos mantém vivo
É o relógio, é o sino
É a doce lembrança
É a vida uma balança
Que se equaliza na morte
No instante da hora
No momento presente
Encontrei a resposta
É o sussurro do vento
É o beijo das seis horas.
Ao entender que de onde venho ela é somente uma porta.