Horário da manhã triste, cedo
Horário da manhã triste, cedo
no cemitério tudo lê, vendo
observa o túmulo curioso;
alguns levam flores, baixas faces,
par'os que descansam d'outro lado.
Contagia sentimento penoso,
um final que se repete em fases;
por nove pés sendo carregado,
por respeito o único famoso.
Estar sentado ao mesmo lugar,
com a mente andaste devagar,
na agenda as crônicas isoladas,
ali sentado ao canto caído.
A pouco tempo pensou morrer,
que carregado á cenas cortadas...
Desaparece em verso mal lido,
ao descanso mental recorrer;
ao final das últimas estradas.
De tarde o cemitério está calmo;
a morte sempre tem algum alvo,
e lúcido de sentido morto
ansioso de poder viver;
ambiente com árvores secas,
portão de ferro e aparência torta
rangindo na alma ao se mover,
as criaturas dando flores frescas
e próximo uma planta que brota.
Tudo se destina planejando,
correr ou ficar nada pensando
e sempre tudo novo de novo;
poluto pensamento perdido.
Calma brisa com o céu nublado,
a tristeza também dura pouco,
folhas secas caem ao seu destino...
Madeira, bom remate e velado,
vivendo apodrecendo meu corpo.