Como podes?
Meu ser está em tormento.
Há tempos que perdi a paz.
Para mim basta, não aguento.
Estou por um fio, diante o jaz.
Meu ser não mais resplandece.
Não vejo a alegria das cores,
Que pouco a pouco desfalece,
Em imenso rastro de dores.
Perdi o sentido da vida.
Eu estou de mãos atadas!
Vertem sangue às feridas,
Que por ti foram provocadas.
Agiste tu, de forma vil,
Dilacerando-me o coração!
Estou em deserto sem cantil,
Afogado em desolação.
Ahhh! Impiedosa mulher...
Sinto no peito, punhal cravado!
Estou desvanecido da fé,
Com os sentimentos dilacerados...
Como podes tu?