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Na criogênica câmara encerrada
O congelado corpo da amada
E nossa chama apagada há estações
Quando cessou um dos nosos corações.
Mas se passaram tempo de eras
Enfim cessou-se a dor da espera
Em reanimado o coração
À cura do que a levou pra essa prisão.
Mas abrindo-se os olhos seus
Pareceu-se mais um adeus
Mais triste, ao matar a esperança
E deixar-me somente as lembranças.
Seu corpo qualquer coisa sem alma
Vê e ouve com aparente calma
Mas a calma se torna apatia
É sinal de que nada mais havia.
Qualquer espírito que houve ali
Ja se foi desde a última em que vi
O corpo não é mais que corpo
Meu pensamento era de fato, torto.