Dança na Escuridão

Nas sombras do meu ser, emaranhado de agonia,

Sinto meu coração morrendo, a cada aurora que se inicia,

Um vazio ancestral, uma névoa de melancolia,

A tristeza profunda, que a alma em mim anuncia.

As correntes do passado apertam com fervor,

Cada dia que passa, mais frágil fica o meu amor,

A ansiedade me consome, como um lento ardor,

E a depressão tece teias escuras, sem resplendor.

No espelho, vejo olhos que refletem a dor,

Um sorriso quebrado, sem vida, sem calor,

As lágrimas são companheiras, num mundo sem cor,

A esperança definha, como um sonho sem valor.

Oh, como é cruel o peso dessa escuridão,

A mente aprisionada, sem saída, sem razão,

A tristeza profunda é a cruel canção,

Que ecoa sem cessar, sem piedade, sem perdão.

Nas noites solitárias, a dor se intensifica,

A insônia me abraça, a alma se petrifica,

Cada suspiro é um eco da minha agonia,

E o abismo interno se expande, sem réstia de alegria.

Caminho nas sombras, onde o sol não alcança,

As lágrimas se misturam à chuva que avança,

A depressão é a escuridão que não se cansa,

E a vida é um lamento constante, uma dança sem esperança.

Que mundo é esse onde a alma se perde?

Onde a dor é constante e o sofrimento se mede,

Não há respostas, nem saídas, só a prece,

Por um alívio que nunca chega, onde tudo se fede.

Assim, eu mergulho nas profundezas do abismo,

Onde a tristeza é eterna, onde tudo é cismo,

O ator principal desvanece, como um anseio egoísta,

E a morte, amiga sombria, se torna a única conquista.