DIÁLOGO COM UMA CAVEIRA

O crânio macilento de uma caveira,

Me fita contrafeita,

Como a me pedir socorro!

Assustada reclama:

0s germes querem beber meu sangue.

Mas , não há mais sangue;

Querem comer minha carne.

Não há mais carne.

Ela olha-me apavorada!

Como se eu fora um bicho faminto,

A devorar outros bichos.

Insiste no olhar assustadiço,

Como se dissesse: foge de mim,

Monstro, com sede insaciável por sangue!

Me sinto desnudo .Expostas minhas culpas.

Essa minha avidez por carne me iguala

Aos mais temíveis predadores .

Sei, não me iludo. Sou caça e caçador .

A caveira me saúda. Breve, virá se juntar

A mim: Será caveira como eu!

JUCKLIN CELESTINO FILHO
Enviado por JUCKLIN CELESTINO FILHO em 10/08/2023
Reeditado em 06/09/2023
Código do texto: T7858320
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