A Mortalha

Nesta noute, exéquias dos funerais,

Minh'alma dorida pranteia um luto.

– Que esta beleza descanse em paz,

No seio dum anjo, bondoso, augusto!

Envolve este corpo dolente amargura,

Em veste tristonha, soturna mortalha.

Parece a imagem de uma sacra figura,

Que o manto funéreo à morte agasalha...

Desce este corpo ungido com flores,

De virginal e pálido encantamento

Na campa fria, leito dos amargores...

E agora no seio bendito do Salvador,

E com o amor cingido nos tristes véus

Sepulto meu poema, junto com essa dor...