Pretinho
Quando lembro do dia em que te achei,
Jogado no lixo como um trapo velho,
Meu coração se enche de amor. Deixei
Um conselho ao destino ou à sorte.
Tu eras tão pequeno e tão sofrido,
Mas logo te apegaste ao meu carinho;
Compartilhando o pão e o caminho.
E foram oito anos bem vividos,
Tu eras meu amigo e companheiro,
E me fazias rir com tuas traças;
Mas um dia a morte te levou, parceiro,
E me deixou sozinho sem tuas graças,
Mas eu não perco a fé nem a esperança,
De que um dia nos veremos na bonança
E là no céu, tu me esperas contente,
Com teu pelo brilhante e teu olhar ardente.
E eu te abraçarei com emoção,
E te chamarei pelo teu nome: Pretinho.
***
Poema dedicado a um cãozinho encontrado ainda bebê por um amigo numa lixeira, que o levou pra casa e cuidou dele. Uma história de amor que durou sete anos, até a morte de "Pretinho", como era chamado.